por Josaías Júnior
Em geral, quando falamos de pródigo, associamos rapidamente a palavra à ideia daquele que retorna para casa. Os juristas, por outro lado, nos lembram do sentido original da palavra – aquele que gasta de maneira irresponsável ou, num sentido mais positivo, generosamente.

Tim Keller ouviu algumas reclamações ao divulgar seu livro, O Deus Pródigo. Dizia-se que era uma blasfêmia falar que o Senhor age de maneira irresponsável. Porém, não foi isso que o pastor presbiteriano quis dizer. Keller observou que, na parábola do Filho Pródigo, aquele que mais abriu mão de seus bens não foi o filho que saiu de casa, mas o pai.
Aos olhos humanos, pode-se até dizer que o pai agiu de maneira irresponsável – ele recebe sua criança perdida com uma grande festa, nada cobra da fortuna que o menino desperdiçou, não pensa em sua reputação ou no preço do bezerro cevado e dos outros alimentos servidos na comemoração.
Da mesma forma, Deus, por amor aos pecadores, aos rebeldes e mentirosos, entregou seu único Filho. Nosso Pai permitiu que aquele a quem ele amava, o ser mais doce, belo, puro, amoroso, glorioso, sábio e amável, fosse trocado por pessoas amargas, irresponsáveis, mentirosas, tolas, hipócritas, imorais e fofoqueiras. Deus não poupou nem seu Filho, pois perdoar envolve perder – por amor.
Nosso Deus é semelhante ao pai pródigo da parábola. Como nos ensina Paulo, o Criador não poupou seu próprio Filho por amor a filhos perdidos e ainda nos promete muito mais (Romanos 8.32). O nome disso é Graça: generosidade para rebeldes que saíram de casa.
Nossa revista fala das implicações dessa graça divina e chama cada leitor a meditar sobre essa maravilhosa disposição do Salvador. Minha oração é que você esteja entre aqueles que estavam mortos e reviveram, estavam perdidos, mas foram encontrados (Lucas 15.32). O pai pródigo nos chama para seu grande banquete. Como recusar?
 
Josaías Jr. é mestre em comunicação social pela Universidade de Brasília e editor-chefe da revista iPródigo
Revista iPródigo – edição n. 01 | outubro 2011 | A Parábola do Pai Pródigo